APELIDOS DO ADOLESCENTE PEDRINHO GRISA

Aos 13-treze anos, recém ingresso no Seminários dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus-MSC, em Ibicaré/SC, Graças às minhas características: gago, limitação visual e extremamente magrela, humorista e satírico, fui conquistando vários apelidos.
Lembro-me de dez deles.
O mais esquisito era Cansil; o mais veloz era Minhoca Elétrica; o mais chato era Pau-de-Virar-Tripa e o mais chique era Visconde de Sabugosa.
Nesse ano de 1954, iniciava o ano letivo no Segundo Ano Primário. Em abril, como presente de aniversário, era apresentado como novo aluno do Terceiro Ano, no Grupo Escolar São Joaquim, tendo como professora uma irmã franciscana de São José, mineirinha negra.
Perguntando ao Diretor de Estudos do Seminário, Pe. Vitório de Almeida:
  – Padre Vitório, que é visconde?
  – Pedrinho – responde-me – visconde é título de nobreza!
Um tanto embaraçado, pergunto-lhe:
  – Que é nobreza?
  – Nobreza, Pedrinho, é grupo social rico e chique.
Permaneço parado e em silêncio.
  – Quer conhecer o Visconde de Sabugosa?
  – Eu quero! – foi minha resposta imediata.
Fomos à Biblioteca do Seminário e o Diretor de Estudos apresentou-me alguns livros, dentre os quais O SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO, de Monteiro Lobato.
  – Leve para sua carteira de estudos. Feita a ficha de retirada do livro da Biblioteca, caminhei para meu lugar de estudos, como o bandeirante que caminha para desbravar novos horizontes.

Monteiro Lobato passa a fazer parte de minha vida.
Com o passar do tempo, leio toda a coletânea de livros de Monteiro Lobato…
Hoje dou-me conta de quanto sofri com o zombar dos colegas, utilizando os diferentes apelidos a mim atribuídos.
Contudo, dou-me conta de que, como meus pais não se deixaram amedrontar pelos espinheiros da floresta virgem do Oeste Catarinense, eu também não caí às alfinetadas dos apelidos.
Meus pais sempre encontraram uma picada para atravessar a floresta e vencê-la e abrir novos horizontes em seu futuro.
Também eu venço a mata de espinhos dos apelidos e descubro a trilha de Visconde de Sabugosa, abrindo os caminhos do meu porvir.
Em Volta Redonda/RJ, já me disseram que eu tenho o porte de “deus grego”.
Será que foi a nobreza do Visconde que eu incorporei e somando com a herança de meus antepassados, oriundos do Império Romano, promoveu tal transformação, em minha vida?
Porém, percorrendo os caminhos do Passado, observo muitos coleguinhas tombados pelos projéteis ou pelos golpes de espada, na guerra promovida por sentimentos de inferioridade, que se metamorfoseiam em atitudes de superioridade.
Vamos dar um basta a esses projéteis e golpes baixos, desferidos por inconsequentes laboratórios de apelidos!
  – Apelido, não! – proclamo atualmente – Zeca não existe. José Carlos é seu nome! Cida não existe, Maria Aparecida é seu nome maravilhoso, que lembra sua aparição como bênção viva, presente na vida de sua mãe, fruto das preces de sua parturiente, ao viver o drama de um parto difícil!
Baía, não! Baía pode ser tudo, menos essa mulher maravilhosa que se chama Maria do Rosário! E poderia ser muito melhor, se por tanto tempo, não tivesse ficado estacionada na Baia em-Santo-Algum!…
  – Por mais que programações e sentimentos de inferioridade permitam que a pessoa viva a ilusão de que tal abreviatura ou apelido soe agradavelmente a seus ouvidos, nada disso justifica essa erva daninha denominada Apelido!
Hoje as escolas convivem com o maldito e Bullying! Os apelidos são as velhas sementes dessa praga atual!
Quem está disposto(a) a dar sua contribuição para ajudar a muitas pessoas libertarem-se dessa praga ou desse Tsunami de Apelidos e Bullying? Vem comigo, assessorado pelos conhecimentos desenvolvidos e organizados pelo Sistema Grisa! Vem, de cabeça erguida e confiante!
Vamos abrir as fronteiras de um Novo Tempo, festejando a alegria de crianças e adolescentes mais alegres, entusiasmados e felizes!
Grisa de sempre,
sempre melhor!

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