Depressão

Como adolescente e seminarista católico, supunha que a angústia e sensações semelhantes fossem remorsos decorrentes de pecados mal confessados.

Quando a Depressão e Cia. me assaltavam, ora sentia-me anestesiado, ora a raiva e o ódio me dominavam e sentia o desejo de mandar tudo para os quintos dos infernos. Chutar a bola do Mundo para o negro abismo do Nada.

Sentia-me dominado por uma legião de demônios…

Meus músculos sentiam o peso do cansaço, a fraqueza se apossava de meus membros e tudo, Tudo era muito, muito difícil!…

A noite fria da Angústia envolvia meu coração. O colorido das flores desbotava… Tudo, tudo mesmo, parecia sem graça, perdia o sabor de tudo.

A fome e o desejo de alimentar-me eram anulados…

Voltava o desejo de acertar um chute firme e forte na bola do Mundo e mandar tudo, Tudo para os quintos. Desapareciam os pontos cardeais! e eu estava sem rumo, sem norte, mergulhado em Vazio sem fim…

E o véu negro da Noite Eterna tornava-me absolutamente impotente diante do vazio sem fim…

Na mesma época, leio os versos, do poeta indianista Antônio Gonçalves

É fácil imaginar que o Pedrinho magricela, tímido, com limitação visual e gago, desejava intensamente incluir-se entre os fortes e os bravos.

Passo, pois, sempre que a tristeza e outros sintomas ameaçavam assaltar-me, a repetir, com firmeza e voz forte os versos do Tamôio, índio corajoso e destemido.

A imagem do Tamôio devolve a meu mundo as cores, os sabores e renasce a alegria em meu coração, de viver e a vontade de vencer!

Iniciava a descoberta da magia dos versos e o poder das palavras.

Em 1963, no Noviciado dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus, em Itapetininga/SP, queixando-me ao mestre de noviços, Padre Adriano, da terrível prisão de ventre que padecia, há mais de um ano, este sugere a prática da Hatha Yoga. E Empresta-me o livro YOGA PARA CRISTÃOS.

Com um mês de prática dos Asanas – posturas corporais – somadas ao treino da respiração e à concentração mental, desaparecem os sintomas, que os médicos não haviam sequer aliviado, num ano e meio de tratamentos…

O único alívio ocorria, após o uso de supositório de glicerina.

O que ocorria de uma a três vezes por semana – para poder evacuar. Logo após a evacuação, seguia-se terrível encefaléia, anunciando que a enxaqueca recuaria por breve tempo…

Ao constatar o maravilhoso benefício, resultante da prática da Hatha Yoga, percebia que se abriam novos horizontes, no mundo das idéias e dos conhecimentos. E, parodiando Castro Alves, podia exclamar:

  – Vai, Pedrinho, abre a cortina da Eterna Oficina e tira um Novo Mundo de lá!

Mais tarde ainda, identifico a relação existente entre prisão de ventre, ansiedade e depressão.

Tudo ocorre em decorrência de fatos perturbadores e traumáticos, como experiências de vida intrauterina e do processo de nascimento.

Posteriormente, no desenvolvimento das pesquisas, realizadas no Instituto de Parapsicologia e Potencial Psíquico – IPAPPI, constato que uma das causas mais significativas, senão a principal da  prisão de ventre, decorre de o fato de a pessoa, durante sua gestação haver sofrido ameaça de aborto. Observe-se como funciona tal relação: “Os mesmos músculos do baixo ventre que a mulher utiliza para dar à luz; são os mesmos que todas as pessoas utilizam para evacuar. E, consequentemente, se a gestante for aconselhada a evitar esforço, a fim de evitar o parto pré-maturo. Automaticamente seu Subconsciente buscará contrair os músculos do baixo ventre, estreitando a passagem pelo “túnel-da-vida”, protegendo a continuidade da gestação do filho. O Subconsciente do futuro cidadão registra a programação, importantíssima para ele: “Contrair os músculos do baixo ventre, evitando que o bebê saia antes do tempo, é o mesmo que “salvar-lhe a vida”.”

E as fezes são retidas, com o mesmo cuidado de quem preserva valiosa vida. “Soltar os músculos e evacuar”, para o Subconsciente deste ser humano, é o mesmo que perder a própria vida.

Tanto o bebê, quanto o futuro cidadão sofrerá de prisão de ventre e queixar-se-á de enxaqueca, a qual muitas vezes poderá ser considerada “de causa desconhecida”. Porém, nós do Sistema Grisa, sabemos que sua origem está na prisão-de-ventre. E esta, por sua vez, origina-se da ameaça de aborto.

No meu caso, com a prática da Yoga, a Depressão e Ansiedade são controladas; porém, não totalmente superadas.

Em 1966, em conversa com o professor de Psicologia e meu orientador espiritual, dou-me conta de que, nos últimos dois a três anos, só conseguia almoçar após tomar um copo de água com açúcar, esta prática revela o índice da ansiedade vivida por mim, ainda que parcialmente controlada. É neste período que escrevo poemas que vão integrar o livro Interrogação Vital.

Um dos poemas considero ser uma boa definição de depressão, intitulado VAZIO:

“Vago vagando,/ dentro da vaga noite

vaga-lume em seu vai-e-vem,/ dentro da noite vazia…”

A maioria dos poemas refletem momentos de angustia, ansiedade, depressão e desespero.

Contudo, sou influenciado pelos poemas, extremamente positivos e otimistas de Michel Quoist, Padre francês, líder do movimento da juventude católica da França, particularmente seu livro POEMAS PARA REZAR,

Por isso, também os meus poemas tendem a transformar as trevas da depressão em raios de luz e respingos de água vivificante.

A luta contra o fantasma da depressão, faz-se um continuo alternar entre trevas e luz, desânimo e entusiasmo, tristeza e alegria, angustia e júbilo, longas horas de sono e persistente dedicação, na conquista de objetivos e de sonhos…

. Depressão e Vida Intrauterina

É somente na década de 1980, que constato haver uma relação direta entre Vida Intrauterina tumultuada por conflitos e rejeição e o Processo de Nascimento vivenciado sob ameaça de morte, como causas significativas, quando não únicas ou principalíssimas, da Depressão, Ansiedade, Agústia e e sintomas correlatos.

. Depressão , Biológica ou Psicológica?

O debate travado no mundo acadêmico entre os defensores de uma das duas hipóteses:

1ª) A Depressão seria de origem psicológica;

2ª) A Depressão teria origem biológica.

Nos estudos e pesquisas desenvolvidos pelos profissionais do IPAPPI, sob minha orientação e coordenação, torna-se cada vez mais evidente de que a depressão tem origem mental, tendo como fonte principal as Programações de Rejeição vivenciadas no período de gestação.

Finalmente, no início da década de 1990, constata-se que a Depressão origina-se de uma série de programações de rejeição ocorridas no período mínimo de três a cinco gerações consecutivas.

Contudo, observe-se que nenhuma gestante, como mãe, rejeita filho; pode sim rejeitar as dificuldades vivenciadas, durante a gravidez e o filho em gestação, é que, consequentemente, se sente rejeitado e registra tais programações de rejeição em seu Subconsciente.

Atente ainda, “Toda rejeição de Vida Intrauterina é vivenciada pelo feto como ameaça de morte.” Pois, fora do útero materno, não existiria condições mínimas de vida.

Em 2001, estas pesquisas do Sistema Grisa conduzem a uma nova constatação:

“Da Placenta do Sofrimento nascem trigêmeos univitelinos, o Depressivo, o Paranormal e o Superdotado’”.

Em setembro de 2002, uma nova constatação é identificada: “A Depressão é Talento! ou conjunto de talentos.”

Explico: “Comparo a Depressão a uma grande pedra preciosa jogada numa lagoa de água lamacenta; e, muitas pessoas morrem afogadas antes de encontrar a gema preciosa. Contudo o Sistema Grisa já traçou o mapa do tesouro”.

. A primeira linha que traça esse mapa do tesouro da depressão, assim é descrita:

“Quanto mais a pessoa sofre, mais desenvolve a capacidade para colocar-se no lugar do outro ser que sofre.”

 É esse tesouro de talentos que dá origem aos santos de todas as religiões; os heróis de todas as pátrias. E, por mais paradoxal que se apresente, é também a mesma Depressão que gera todos os bandidos, oriundos dos inconformismos radicais.

. Na segunda edição de meu livro INTEROGRAÇÃO VITAL, no qual o Parapsicólogo analisa o Poeta Depressivo; e, de forma simplificada apresenta o caminho que me conduziu da Depressão ao Sistema Grisa.

A constatação mais importante que me auxiliou a sair das trevas da Depressão, foi constatar que – apesar de todas as dores e de todos os sofrimentos vividos por minha mãe e eu, no período de minha gestação e no processo de meu nascimento, uma só é a verdade a ser percebida:

“Tanto minha mãe, quanto eu, vencemos todos os perigos e ameaças de morte”. Nós vencemos! E temos muito mais a agradecer e louvar do que a chorar e lamentar. Nós dois fomos e somos dois vencedores. Podemos erguer a cabeça, que brilha coroada pelos louros das inúmeras vitórias!…

E tudo foi complementado, no processo de Compreensão, ao constatar que nem eu nem minha mãe tivemos culpa alguma, em relação aos sofrimentos padecidos.

E surge a primeira absolvição geral:

“Não se trata de culpar pessoa alguma! Trata-se de entender a situação e porque isso ou aquilo ocorreu, a fim de que, de ora em diante, possamos aperfeiçoar o processo da existência, podendo-se construir uma vida melhor e ser mais felizes…!

Outra absolvição geral costumo explicar, a meus sócios em Qualidade de Vida, que por muitos anos, estudei para padre. Porém, não fui ordenado sacerdote. Portanto, não conquistei o direito de ministrar absolvição sacerdotal.

Todavia, com o somar dos conhecimentos, aprendi a ministrar quatro absolvições gerais como Conhecedor de como “a vida funciona”.

E um desses “poderosos antibióticos mentais”, é:

“Em relação à hora de minha concepção, ao período de minha gestação, ao processo de meu nascimento, e também em relação ao sexo com o qual nasci, sou absolutamente inocente”! Sim, pois, não fui eu que escolhi tais condições e situações, portanto em relação a esses fatos, situações, acontecimentos e circunstâncias, e resultados decorrentes, sou absolutamente inocente! Por isso desfruto agora da alegria de viver com saúde, bem-estar, harmonia e felicidade! Sou livre, sou capaz e sou feliz;

Venço Sempre! Sempre venço!”

Uma segunda absolvição, assim pode ser proclamada:

“No meu passado, da hora de minha concepção até o momento presente, em relação a tudo o que eu fiz ou deixei de fazer, sempre e somente realizei o melhor. Se não  fiz melhor é porque não sabia fazê-lo ou não podia fazê-lo. E não podia fazê-lo por circunstâncias e fatores externos ou por condições internas, que nós identificamos como Programações Mentais e características de personalidade.”

Veja no Portal do IPAPPI, www.sistemagrisa.com.br  no Blog do Dr. Pedro A. Grisa o artigo Um tesouro em três baús.

  – Sempre que lhe parece que “Deus, o Criador do Universo, está lhe subtraindo algo importante, preste muita atenção! Em troca Ele estará lhe oferecendo outras duas, dez ou centenas de preciosidades ou milhares de oportunidades, em substituição à aparente perda!