Viajando de Vitória-ES a Congonhas, em São Paulo, acabo de acomodar-me na poltrona I-C, quando o passageiro da I-D me pergunta:
– Qual é seu problema de visão?
– Retinose pigmentar… Respondo.
– O senhor viaja sozinho? Não tem medo? – indaga o vizinho curioso.
– Sempre que minha amada, Adelaide Therezinha, minha esposa há
40 anos, não puder, sim. Mas eu não me preocupo; e por dois motivos: primeiro porque a acessoria prestada pelas Companhias aéreas é excelente, pelo menos para mim.
E quem não prestaria uma boa assessoria ao Dr. Pedro, sempre simpático e feliz? – intervém a comissária de bordo, chefe de cabine.
– Em segundo lugar, desde criança tive limitação visual, especialmente a noite; e graças a Deus, até os 13 anos não soube que tinha a tal da Retinose.
-Então sua doença é Retinose Pigmentar? – Pergunta o vizinho da poltrona I-D.
– Desde 1954, o Dr. Beltrão, de Joaçaba-SC, cidade do Vale do Rio do
Peixe, no meio-oeste catarinense, fez esse diagnóstico. Depois fiquei sabendo que, na época do Império Romano, a limitação visual já era conhecida como “Cegueira Noturna”. Essa limitação visual, que o amigo classificou como doença, inicia com a degeneração das extremidades nervosas da retina, chamadas de “babastonetes” as quais captam o branco, cinza e preto.
o senhor é médico ?– insiste o companheiro de viagem.
o amigo me desculpe, pois, nos últimos anos, com a redução quase
completa da visão, quase criei uma compulsão falatória.
– Eu lhe perguntei se é médico.
-Entendo de saúde mais que a maioria dos médicos, porém, eu não sou médico, sou Parapsicólogo Clínico.
– Mas eu sou medico.
– E qual sua especia1idade? – pergunto.
– Sou psiquiatra.
– O senhor é Augusto Curi? – apresso-me a perguntar.
– Como que o senhor sabe?
Estou ouvindo em meu gravador, a gravação de PAIS BRILHANTES E
PROFFSSORES FASCINANTES, de autoria de Augusto Curi, e aciono a tecla play e aproximo o gravador para Curi ouvir.
Foi grande a sua surpresa. O que deu origem a uma longa e maravilhosa conversa. Eu me identifiquei como Parapsicólogo Clínico e ele me falou de sua agenda sempre bem recheada. Disse para ele que aquela agenda era programação de escravo do sucesso.
Ele ria da minha afirmação; e expliquei-lhe que eu também já fora escravo do sucesso; porém já havia rasgado o diploma de pobre e de Sofredor…
Aproveitei para perguntar-lhe se a minha definição de “Esquizofrenia” era correta:
“Esquizofrênico é a pessoa que não aprendeu a lidar com o mundo a sua volta nem com a exigência da nossa realidade social. Por isso uma pessoa esquizofrênica cria seu mundo imaginário e depois, deseja que os outros se adaptem a este mundo”.
o esquizofrênico culpa os outros dos seus fracassos e da não realização de seus maravilhosos projetos. Culpa familiares, professores e …
Só pela nossa conversa – conclui Curi –
Posso afirmar-lhe que a Parapsicologia Independente do SISTEMA GRISA, como o senhor a define é uma ciência muito interessante e importante…
Soube, mais tarde que Curi se refere a esse nosso encontro em palestra ou livro, porém ele não teria citado meu nome nem se referido a Parapsicologia Clínica, pois seu enfoque na ocasião de sua referência era outro: a importância e o valor de Pais Brilhantes e Professores Fascinantes.
Observe a minha afirmação: “Não sou médico, porém, entendo de saúde mais que a maioria dos médicos” Essa será a temática de uma seqüência de artigos a serem publicados.