SÉRIE – “QUESTIONANDO DEUS E OS HOMENS”.

Criador do Universo, eles Te apelidaram e Te caluniaram.
Estava eu sentado sobre uma das gigantescas pedras da praia de Itaguaçu, uma bruxa petrificada, segundo conta a lenda popular imortalizada por Franklin Cascais, admirando o brincar das ondas do mar sob o céu de anil. Refletia sobre algumas constatações oriundas do estudo comparado de religiões ao longo de mais de uma década.
  • ·         As divindades maiores de todas as religiões e dos panteons, por mim estudados, são apresentadas como o verdadeiro Criador do Universo. Havia, pois, identificado o “Deus único” de todas as religiões, o Criador do Universo.
  • ·         Porém, ao estudar as divindades, segundo o exposto nas respectivas doutrinas místicas e religiosas, constato que são divindades incoerentes, estúpidas e sádicas…fico chocado.

  • ·         Todavia dou-me conta de que as mesmas divindades possuem duas faces: “o verso e o reverso da moeda”.
O verso é o Deus verdadeiro, o Criador do Universo; e o reverso da moeda, é a divindade fabricada a imagem e semelhança das necessidades, dificuldades e problemáticas do povo dentre o qual surge aquela religião. É o Deus feito a imagem e semelhança do ser humano, segundo o espaço e o tempo nos quais vive sua história.
  • ·         É diante desse Deus que Jean Paul Sartre, o filósofo existencialista francês, exclama pela boca de um de seus personagens, inserido em uma de suas peças teatrais, ao exclamar: “Se Deus me deu a liberdade só para me condenar que vá a merda Ele e a sua liberdade”.
Ao ouvir esse impropério no Teatro Municipal de São Paulo, na década de 1960 não cai de costas por estar sentado na poltrona macia da casa de espetáculos.
Contudo, hoje exclamo: “Parabéns Sartre, pois tu querias protestar afirmando: Chega de me apresentarem esse Deus feito a imagem e semelhança dos seres humanos! Não mais quero saber desse Deus palhaço, feito a imagem e semelhança do homo sapiens!”
 É como se Sartre questionasse: _Onde está o Deus verdadeiro?Essa exclamação indignada de Sartre, em sua angústia diante do absurdo, lembra o grito do nosso poeta abolicionista Castro Alves em seu poema épico – Vozes d’África:
“Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu’estrela tu t’escondes
Embuçado nos céus?”
É a percepção da dualidade absurda do bem e do mal, do Criador do Universo, o semeador de maravilhas, em contradição com o Deus, com o Deus palhaço, feito a imagem e semelhança da estupidez e ignorância humana.
  • ·         Sempre estarei pronto, da melhor forma possível, para dar a minha contribuição para construir um mundo melhor e fazer a espécie humana mais feliz.
Entretanto, quero agora também, caminhar, intrépido e atrevido na busca incansável para restituir ao Criador do Universo sua verdadeira face diante dos seres humanos.
Sim, o Criador do Universo, é hora, é tempo, de acabar com os apelidos que te deram, segundo as limitações próprias dos diferentes profetas que arquitetaram e redigiram as diferentes Doutrinas Místicas e Religiosas.
Também, é tempo de redimi-lO, Criador do Universo, das calúnias que te impingiram travestido de estranhas e absurdas divindades.
  • ·         Também nesse processo cabe lembrar sempre:
“Calma que com calma tudo se resolve e tudo se consegue”
O inferno à vista ou a prestação, é criação dos homens, ainda sob o julgo das limitações do homo sapiens, que não deu certo.
  • ·         Tudo o que tu fizeste, Criador do Universo, são maravilhas, seja no mover do universo harmonioso e dinâmico que explode numa flor, seja nas gigantescas flores que se movem em forma de galáxias.
Teu universo, visto sob a ótica das essências, é o cosmos regido por leis e princípios imutáveis; visto sob a ótica das aparências, no perene movimento da contínua mutação, do eterno vir a ser, é o caos não da confusão e sim da explosão das infinitas possibilidades, da continua criação.

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